Sunday, January 29, 2012

Dia da Visibilidade Trans [Blogagem Coletiva]

 Atendendo ao chamado das Blogueiras Feministas para fazer uma blogagem coletiva no dia da Visibilidade de travestis e transsexuais, posto esse episódio de A LIGA sobre transsexualidade, que foi ao ar em 18 de outubro de 2011.
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Antes, porém, quero comentar o caso do cartunista Laerte, e a polêmica do uso do banheiro feminino.
Vi alguns comentários bastante ignorantes a respeito do assunto, como por exemplo a possibilidade de "ter sido visto mijando". Alguém que diz uma coisa dessas ou é muito mal informado, ou está de má fé mesmo.

Ocorre que banheiros femininos não tem mictórios abertos.

Os banheiros femininos invariavelmente tem cubículos fechados com portas que se trancam por dentro. Mulheres não fazem as suas necessidades, sejam quais forem, na frente das outras mulheres, é tudo extremamente privado.

E a pergunta que também surge é:  se ele tivesse entrado no banheiro masculino, como ele teria sido tratado lá??

Deixo que meus leitores reflitam sobre isso.

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A Liga (HD) - T2 #031 - Transsexualidade - 18/10/11




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É longo mas é muito informativo, vale a pena assistir.

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Thursday, January 26, 2012

Pronunciamento do Presidente da LiHS - Liga Humanista Secular

 [por Eli Vieira]

Estamos preocupados com o nível crescente de intolerância manifestada por ateus no facebook. Numa página com dezenas de milhares de curtidores (pessoas que apertaram um botão), lemos:

"A religião, como sempre, dilacerando famílias"

Será mesmo? Religião se reduz a cristianismo? Cristianismo se reduz a fundamentalismo? Todo cristão segue cegamente e literalmente o que está escrito na Bíblia, sobre Jesus vir para voltar um contra o outro em famílias?

Não parece justo tratar todos os religiosos dessa forma (que, queiramos ou não, se identificam pessoalmente com suas crenças - da mesma forma que a maioria dos ateus, admitindo ou não).

Pedimos encarecidamente aos ateus, mesmo os não humanistas, para usarem o método da vovó: diriam o que estão dizendo no Facebook à sua provável vovó religiosa? Não "dilacera famílias" este comportamento?

Certa vez, um leitor reclamou no Bule Voador que, quando o blog aceitou dois editores cristãos, estava tomando um caminho sem volta. É verdade: tomamos um caminho sem volta pela tolerância, pelo secularismo como uma convivência de crenças (sendo o ateísmo uma delas, queiram ou não).

Questões racionalistas sobre a existência de entidades inefáveis são temas legítimos de debate, mas para quem adotou o debate racional como valor em sua vida, o que não é obrigatório. Aliás, tentar forçar alguém a adotar o racionalismo é a atitude que mais vai na contramão dele mesmo.

Espero que no "dia do orgulho ateu" alguns ateus tenham mais motivos para orgulho do que para vergonha ao ver como se comporta a comunidade ateísta. Como alguém que debate exaustivamente o tema na internet desde ignotas eras pré-orkut, não sei mais se ser ateu é motivo de orgulho para mim.

P.S.: Apoiamos e até possivelmente financiaremos o dia do orgulho ateu. Mas por que 12 de fevereiro, nascimento de Darwin, se Darwin jamais foi ateu? É por causa da teoria da evolução que derrubou mais uma vez o argumento criaconista? Então por que não 1º de julho, data da publicação do artigo conjunto de Darwin e Wallace na Royal Society em 1858?

Sinceramente,
E.V.

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Guest post - Carta aberta à ATEA

[por Brega Presley]

Sou, e é melhor deixar isso claro de início, ateu. Também que fique claro, o que será opinado aqui não deve ser visto como uma “demonização” da ATEA. Entendo que basta de maniqueismos e extremismos, e não faria sentido algum a crítica se ela fosse feita usando dos mesmos recursos que se questiona em outros modelos de cosmovisão. A ATEA tem feito coisas interessantes. E tem errado ao mesmo tempo. Não cabe a mim enaltecer os acertos aqui, mas apontar erros que tem passado desapercebidos e que precisam ser levados, no meu entender, a sério.

Então vamos lá:

Tenho observado com enorme preocupação as repetidas tentativas de grupos de ateus atrelarem o ateísmo a figuras publicas e conhecidas. Desde o Sr. Daniel Sottomaior (única voz que parece existir dentro da ATEA para fins de comunicação, o que não corresponde a realidade, mas arrisca-se a moldar uma imagem por demais personalizada da entidade), seja em ações de caracter duvidoso, como a recente imagem de uma atriz Hollywoodiana agindo em prol de crianças na Africa, ou mesmo a realmente ruim escolha de um dia de protestos para o dia do nascimento de Darwin (12 de fevereiro).

É uma tática de popularização do ateismo ruim. Cria um tipo de reverência a personalidades e sua condição ateísta, tornando , no caso da atriz, por exemplo, o fato de ela ser ateia mais relevante do que suas ações. No caso do cientista, como levantado por outras pessoas, o que Darwin fez de relevante não foi ter nascido, mas estudado e publicado “A Origem das Espécies”. Do mesmo modo, quando se defende um “Newtal” (natal no dia do nascimento de Newton, por sinal dia 25 de dezembro), estamos comprando a ideia de um ateísmo pequeno, menor, que precisa se notabilizar ancorado no carisma de algumas pessoas, e não por ideias defendidas, ou mesmo pela simples laicidade garantida por lei, e que não privilegia o ateísmo, mas a tolerância.

Como podemos falar de igualdade quando vemos outdoors tão maniqueístas como os piores apresentadores de programas “espreme e sai sangue”? Se a mensagem é “Crença não define caráter” é paradoxal que exemplos positivos e negativos sejam dados atribuindo a ateus o papel de bons e antagonizando-os com religiosos “malvados”. Melhor seria um ateu sacana ao lado de um religioso sacana, ou um ateu “do bem” ao lado de um equivalente religioso. Isso nos dá uma cara diferente, tolerante, explica o argumento ao invés de se fazer polêmica para gerar um debate de péssima qualidade.

Assim, peço, ou que deixem claro que representam ateus, mas não OS ATEUS em sua totalidade, ou que, no mínimo, tragam maior reflexão a discussão.

Não pertenço a nenhuma associação de ateísmo, e certamente não a ATEA, mas creio que nada custa ouvir outras vozes. Melhor um ateísmo feito por poucas pessoas, porém sensato, do que um com muitas pessoas e que arrisque-se a cometer o mesmo tipo de erros que algumas religiões cometeram no passado. O estado é laico, não ateu. Laicismo significa tolerancia. É possivel, sim, se lutar em prol dos proprios direitos sem nos impormos aos direitos dos demais.

Pensadores-livres são aqueles que, entre outras coisas, podem agir sem as amarras de preconceitos.

Se erros forem cometidos, que sejam novos, e não os mesmos de sempre. Gente para errar como sempre já nos basta no mundo, pois não?

Grato pela sua atenção, e por tomarem providências para fazerem do ateísmo algo maior e melhor, algo que certamente serão capazes se assim desejarem. 
 
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Wednesday, January 18, 2012

Protect IP Act Breaks the Internet [legendado]

 Se isso passar, a internet nem valerá mais a pena.

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Saturday, January 7, 2012

O "duplipensar" orwelliano de certo blogueiro

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É engraçado observar como certas expressões podem ser distorcidas até que se possa torná-las em seu oposto, como descrito na obra de George Orwell, "1984".

O que é Duplipensar? O que é Duplopensar? Guerra é Paz; Liberdade é Escravidão; Ignorância é Força.
Para quem não leu, recomendo.

Usando esse conceito do "duplipensar", temos a seguinte aberração:

Acreditar na inocência = Apoiar um ato criminoso

 É isso.

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Tuesday, January 3, 2012

O "crimepensar" orwelliano

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Comentário que me vejo obrigada a fazer a posteriori:

Eu NÃO disse em nenhum momento que "pedofilia é normal".

O que eu disse foi que tudo aquilo que fica restrito à nossa mente e nunca é posto em ação não constitui crime.


E eu definitivamente não escrevi isso com uma "defesa" a ninguém. Principalmente porque a pessoa em questão NÃO é portadora de tal parafilia.
 
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A imaginação humana é prodigiosa. Conseguimos imaginar coisas que não existem, coisas impossíveis de existir, como cavalos alados, por exemplo, ou bruxas que voam em vassouras. Conseguimos nos imaginar fazendo coisas que jamais faíamos na vida real, ou por ser fisicamente impossível, ou porque percebemos que a idéia posta em prática teria maus resultados.

Eu seria inacapaz de levantar um peso de 100 kg, da mesma forma que seria incapaz de matar uma pessoa. Isso não significa que eu não consigo criar uma imagem muito vívida na minha mente sobre essas idéias.

 Existe uma idéia estapafúrdia alimentada por certas pessoas de que só o fato de pensar certas coisas já constui um crime, ou pelo menos um "pecado". Mas perante a lei, e na prática da vida diária, só contam aquelas coisas que de fato fazemos.

Se um homem se imagina traindo a sua mulher, mas nunca coloca isso em prática, podemos dizer que ele fez algo de errado?

Se uma pessoa se imagina matando alguém que odeia, mas por entender que o seu desejo instintivo irá causar grande sofrimento nunca passar à ação, ainda assim deveria ser considerado crime?

Se um homem se sentir excitado ao se imaginar cometendo estupros, mas por uma questão de empatia jamais for capaz de agir com base na sua imaginação, ele é um estuprador?

Se uma pessoa sentir atração por crianças mas nunca for capaz de se envolver com uma pelo mesmo motivo acima, ainda assim ele deve ser considerado um abusador?

Não consigo conceber como poderia constituir crime ou mesmo causar repugnância algo que está restrito à nossa mente.

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