Friday, August 17, 2012

Feminismo não é Femismo - por Paula Berlowitz


Feminismo não é femismo – entenda a diferença e assuma-se como feminista
 [texto parcial, para ler na íntegra siga o link no final do texto]


Tu, aí, mulher, que diz “Eu não sou feminista, mas…”. Pára! Pode parar por aí!

Feminismo NÃO É o contrário de machismo! Pensavas que sim?! Te enganaste! O oposto do machismo é o FEMISMO! Queres entender melhor?! Então pega um café, senta aí, e lê até o fim! Prometo que não vai doer!

Vou começar devagarinho e depois pego o embalo! Quem me acompanhar na viajem até o fim, sai ganhando!
Resuminho:
  • Machismo: homem achar que é superior a mulher.
(O equivalente feminino? )
  • Femismo: mulher achar que é superior ao homem.
(É diferente de..)
  • Feminismo: movimento social constante, pela igualdade de direitos entre homens e mulheres. Também existem muitos homens feministas!
(Que equivaleria ao…)
  • Masculinismo: movimento social vindouro, que já dá seus prenúncios, no qual homens reivindicarão a igualdade em direitos que eles “ainda não tem” (este é divagação minha – me aprofundo a seguir…).
[....]

O FEMINISMO, por outro ladoé uma luta social constante, na qual nós, mulheres, reivindicamos nossa igualdade de direitos (o que também NÃO É A MESMA COISA que direitos iguais, afinal não haveria melhora significativa em nossas vidas o fato de poder fazer xixi em pé, nem eles poderiam reivindicar intervalos no trabalho para amamentar o filho… Fatores biológicos são fatores biológicos. Eles não terão menopausa e nós não ficaremos broxas.. hehehe Cada um com seus problemas). A igualdade de direitos da qual falamos (e tua mãe e tua avó e talvez tua bisavó já falavam, também) é poder estudar, escolher a própria profissão, ir trabalhar e receber o mesmo salário que um homem, com a mesma qualificação e número de horas trabalhadas, recebe. É poder votar. É escolher se e com quem se relacionar. É escolher se e quando será mãe. É tomar anticoncepcional. É poder carregar camisinha na bolsa sem isso ser “pecado” ou motivo de vergonha. É poder namorar com um cara ou mulher, se assim preferir e, se não for bom, partir pra outra sem receber um rótulo de “VADIA” (que é a palavra do momento! ;D). É dirigir – seu carro e sua vida. É andar na rua sem precisar de “escolta masculina”sem ouvir “galanteios” chulos, sem levar “passada de mão”. É pagar as próprias contas, ou dividí-las, se esta for a decisão conjunta. É não ser vítima de agressão doméstica nem de violência sexual. Enfim: diversas coisas que, umas mais, outra menos, tu achas MUUUUITO NATURAL, certo?!
ERRADO! Tudo isso são adventos FEMINISTAS! Há mais de um século mulheres estão em constante e incansável batalha para que a sociedade “absorva” esses “novos moldes”! Muitas se masculinizaram, queimaram sutiãs, sofreram, apanharam, foram torturadas e, inclusive, MORRERAM para que hoje tu possas pegar teu carro e ir ao Shopping, com teu salário, comprar tua minissaia da Donna Karan e tua bolsa Channel – inclusive elas passaram por poucas e boas para atingirem seu sucesso! Então, toda mulher que usufrui e concorda com estes direitos É FEMINISTA! Embora, talvez, ainda não admita..


[...]

Feminismo NÃO é o oposto de machismo! Eu também já pensei assim! Mas me explicaram a diferença e hoje eu digo com orgulho: EU SOU FEMINISTA!
E tu? Também és, né?! Então assume e diz pra todo mundo!

(Agradeço às Blogueiras Feministas, que me apresentaram o termo FEMISMO, há cerca de 2 anos, quando entrei no twitter, e desmistificaram o FEMINISMO pra mim!)

OBS:
Leia o texto completo aqui.


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Wednesday, August 8, 2012

Marcha Nacional Contra a Mídia Machista: Porque participar?

 Em PORTO ALEGRE a Marcha foi transferida para o dia 

1 de Setembro 

devido à chuva.

 

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Marcha Nacional Contra a Mídia Machista: Porque participar?

A mídia é uma das influências mais diretas e efetivas sobre a população. É ela que, muitas vezes, forma opiniões, constrói e desconstrói mitos sociais, e retrata ou distorce a realidade. No meio midiático, há uma grande parcela machista, que distorce o real contexto da mulher na sociedade, incentivando e retratando algo que não é plausível. A mídia machista reduz e ignora as conquistas das mulheres enquanto incentiva a população à pensar de modo retrógrado e opressor.




Por este motivo, estamos nos organizando para ir às ruas no dia 25 de Agosto de 2012, por enquanto, em nove cidades - Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Recife (PE), Campo Grande (MS), Campinas (SP), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Distrito Federal (BR) -, protestando na Marcha Contra a Mídia Machista.



Há três dias a Marcha foi criada, por iniciativa do povo, ou seja, sem liderança por parte de nenhuma pessoa ou grupo específico, e já está sendo divulgada e organizada à todo vapor. Para quem ainda tem suas restrições sobre a Marcha, ou não entendeu muito bem do que se trata, segue um explicativo importante sobre o logo, a origem da Marcha, os focos principais da marcha, os objetivos que a Marcha pretende alcançar e a importância de você participar. Mesmo que não ache uma boa ideia, pelo menos leia este texto para depois dizer que é perda de tempo. Não custa nada pelo menos tentar entender as coisas. Pois bem:






Logo da Marcha feito por Anderson Koppe



A Origem


Há alguns meses, vem sendo veiculada na TV uma campanha publicitária da marca de cervejas "Nova Schin", com apologia ao estupro. Na propaganda, um grupo de homens bebendo num quiosque de praia imaginam: "E se fôssemos invisíveis?" Já no campo da imaginação, tudo o que se vê é uma latinha flutuante, e então, o "homem invisível" aproveita de seu "poder" para passar a mão em mulheres deitadas na areia e invadir o vestiário feminino, fazendo as moças saírem correndo de dentro do lugar, semi-nuas.


A propaganda da Nova Schin presta um desserviço à sociedade enquanto corrobora com a mentalidade de que abusar de uma mulher e invadir sua privacidade é aceitável, e pior que isso, engraçado. Não é engraçado. É estupro. Para quem acha que é exagero, não é: o estupro não configura apenas a penetração vaginal. Desde 2009, praticar qualquer ato libidinoso sem consentimento da outra parte envolvida é estupro é É CRIME.



Nos mobilizamos, mas parece que a Nova Schin não quer ouvir. Todos os protestos na página do facebook são apagados e ignorados, e a propaganda continuar no ar, à todo vapor. O jeito então, é apelarmos à CONAR pela retirada imediata de circulação da propaganda, e exigirmos da empresa uma retratação correta, não apenas: "Não foi nossa intenção ofender ninguém".



Mas como? Foi criado o grupo de debate no Facebook: "Imaginação e Não Apelação: Chega de Propagandas Machistas". Neste grupo, nós, pessoas de vários lugares do Brasil, debatíamos sobre o desrespeito com as manifestações da população, e procurávamos uma forma de nos mobilizar. Foi então que, em meio ao debate, surgiu a ideia de Marchas. Foi criada então, a Marcha Contra a Mídia Machista, um protesto contra a desvalorização e coisificação da mulher na mídia.




Mais uma Marcha?


Alguém publicou em um dos eventos: "Mais uma marcha? Já tem Marcha da Maconha, Marcha das Vadias, agora Marcha Contra a Mídia Machista? Marcha contra político vocês não querem fazer, né?!" Antes de qualquer coisa, reitero aqui o que já disse anteriormente: uma luta não invalida a outra. A Marcha da Maconha, das Vadias, da Humanização do Parto e qualquer outra que vier a acontecer tem sua validade para quem acredita na causa. Todas as lutas são válidas.


Tendo isso explicado, algo recorrente em redes sociais é a reclamação de que as pessoas de hoje em dia só se movimentam e manifestam-se na Internet. Nos mandam parar de apenas compartilhar fotos e fazer algo efetivo. Uai, então estamos fazendo! Estamos fazendo algo efetivo. A Marcha é um direito do povo de se manifestar conta e por qualquer causa ou justificativa. É válida e é direito.


É uma forma de sairmos da Internet e realmente irmos à luta. Afinal, o que poderíamos fazer? Mandar abaixo-assinados que seriam ignorados solenemente? Ligar para a CONAR e a sede da Nova Schin até bloquear as linhas telefônicas? Ir para os supermercados e jogar as latinhas para o alto, gritando por justiça? Não. Vamos marchar.






A Marcha das Vadias, que já aconteceu pela segunda vez, movimenta a opinião pública Foto: Tulio Vianna




O Logo


O Logo foi ideia da Melise Peruchini e arte foi do Anderson Koppe (obrigada, seus lindxs!), e representa o foco principal do movimento: Pressionar a Nova Schin a retratar-se devidamente e retirar a campanha publicitária do ar.


A Nova Schin ignorou e bloqueou qualquer pessoa que fosse protestar ou manifestar-se em sua página, mostrando completo descaso e desrespeito com a população que não concorda com seu comercial incitando estupro. Foi uma forma de dizer: "Ei, vocês podem gritar e esbravejar o quanto quiserem, não vai acontecer nada, nós é que mandamos nisso aqui". Pois bem.


O símbolo do Feminismo amassando a latinha de cerveja também manda um recado para a Nova Schin: "Estamos nos mobilizando, e isso não vai ficar assim! Vocês não podem nos calar!" A Marcha é contra a mídia que é machista em geral, mas o foco principal é a mobilização contra o desrespeito da Nova Schin para com a população que discorda de suas campanhas publicitárias.




Focos Principais


Teremos várias coisas à que protestar. Marcas de cerveja sempre traduzem a mulher como uma serviçal por natureza, e um brinde, uma recompensa sexual. Com pouquíssima exceções, a indústria cervejeira reduz a mulher à capacho serviçal e sexual do homem.


Marcharemos contra esta visão distorcida da mulher, que compra sua própria cerveja, que também é consumidora, e deve ser tratada com tal.


Empresas de cosméticos e roupas em geral também tendem a tratar mulheres como fúteis que só pensam em consumir com o dinheiro de seus maridos e namorados. As empresas de cosméticos e vestuário femininos ainda possuem um problema mais grave: direcionam-se para as mulheres, a fim de chegar aos homens. Ao mesmo tempo que corroboram na visão de "mulher dependente, que não trabalha, só gasta o dinheiro do marido", incentiva as mulheres a acreditarem que assim é o certo.


Marcharemos contra essa visão distorcida da mulher, que trabalha e compra seus próprios cosméticos, roupas, carros e o que mais queiram. A mulher atual sai e trabalha para garantir o seu sustento, não fica em casa esperando o marido chegar. A entrada no mercado de trabalho, assim como as oportunidades igualitárias às dos homens, é uma luta que obteve conquistas mas que ainda é constante. As campanhas publicitárias machistas não tem o direito de nos tirar este mérito!


Outro produto sobre o qual 90% das campanhas publicitárias são direcionadas à homens, é o carro. Os comerciais de carros quase sempre reproduzem o homem, que dirige rápido e bem, que quer velocidade e liberdade, que precisa ir trabalhar com um carro prático, ou fazer um rally nas montanhas. Quando a mulher aparece, é sempre no banco do passageiro, apenas ouvindo música ou controlando a bagunça das crianças no banco de trás.


Mulheres compram o próprio carro. Os usam para ir ao trabalho e para praticar esportes radicais. Sabem dirigir muito bem. Não são apenas as babás das crianças, enquanto "a pessoa capaz de dirigir" faz seu papel de homem. Argh.


Por fim (?), campanhas publicitárias de produtos que inquestionavelmente colaboram e sustentam o machismo: produtos de limpeza e serviços de casa em geral. Sobre estes, não é preciso grande explicação, certo? Quem são as protagonistas de propagandas de detergente, limpa-pisos, supermercados, sabão em pó, máquinas de lavar e geladeiras?


As mulheres. Pois, para a mídia machista, somos e sempre seremos as serviçais da casa, não importa o homem que esteja casado ou morando conosco. Para a mídia machista, sempre seremos as que sabem, "por natureza", arrumar uma casa, lavar uma louça e fazer uma comida. Pois aviso que quando nasci, não sabia lavar louça nem pegar numa vassoura - fui ensinada a fazer isso. Enquanto muitos homens da minha família não foram. Não é da nossa natureza sermos serviçais - assim como não é da natureza dos homens não fazerem serviços domésticos.


Além do protesto contra as campanhas publicitárias machistas, também focaremos na cobertura das Olimpíadas de 2012. Quem vir uma notícia em que não haja corpos delineados como informação principal, ou eleição da "musa de tal esporte", por favor, nos notifique, que premiaremos como exceção. A mulher não é identificada como esportista pela mídia machista - apenas como corpos que se movimentam sensualmente para o prazer do homem. Foi tosco ler isso? É tosco saber que é verdade também.






Imagem de divulgação feita por Jullie Utsch para a Marcha de BH






Objetivos da Marcha


Em primeiro lugar, conscientização. A mídia machista e a população alienada se retroalimentam. A população é manipulada pela mídia e se deixa levar pelo o que passa na televisão e nos jornais - nem tudo é verdade. É preciso refletir sobre tudo o que se vê no meio midiático, sobre o que é válido e não é, sobre o que é realidade e o que está sendo distorcido. A mídia machista contribui para uma população machista. Não queremos fazer parte desta população alienada, e por isso, queremos conscientizar e informar sobre o desserviço que a mídia machista nos presta.


Em segundo lugar, pressionamento ao CONAR, para a retirada imediata da propaganda abusiva da Nova Schin de circulação. E protesto, árduo, à Nova Schin, exigindo retratação, além de boicote temporário.


E em terceiro lugar, atentar a sociedade para a causa feminista, que luta para a visibilidade numa sociedade machista e opressora - mesmo que por baixo dos panos. Uma sociedade que, mesmo que não grite aos quatro ventos, julga uma mulher que se veste de forma provocante, não aceita o fato de trabalhar fora e sere independente, acha que é obrigação feminina qualquer coisa relacionada à serviços domésticos, e sim, confirma a ideia de que somos brindes sexuais. Tudo isso em voz baixa. Queremos calar essa voz.




Sou homem. Porque devo participar?


Essa luta é de todxs! Devemos saber que o machismo não agride só às mulheres, mas também aos homens, que são restritos à sempre serem bons em tudo, viris, provedores à todo momento, caçadores natos e incansáveis sexualmente. Qualquer homem normal sabe que isso não é verdade, e que ter de se apresentar desta forma não é algo benéfico.


Além disso, é importante estar ciente do contexto no qual está inserida a mulher atual, a fim de respeitá-las e lutar lado a lado por direitos igualitários. A mídia machista também atinge os homens. Essa luta também é sua.



Porquê é importante você, sendo homem ou mulher, participar?


A Marcha acontecerá em vários estados, por isso grande parte dos brasileiros poderá participar. Se você leu este texto e pensou: "Ok, já sei que grande parte da mídia é machista, já resolvi meu problema, não preciso ir à essa Marcha", se enganou. Um dos objetivos da Marcha é conscientizar o maior número de pessoas possível. Para isso, é preciso sairmos às ruas, nos juntar em manifesto, fazer barulho! É preciso somar na manifestação e na organização.


A Marcha é importante. A causa é importante. Não deixe de participar.








Junte-se à organização da sua cidade, com divulgação, confecção de cartazes e sua voz, no dia 25 de agosto de 2012, às 14hrs. Não vamos nos calar! A mídia machista não fala por nós!


Na página principal da Marcha Nacional Contra a Mídia Machista, você vê updates do desenrolar da Marcha e a organização de cada cidade.


Confirme presença em sua cidade e convide os seus amigos para participar do evento no Facebook:


Belo Horizonte - Rio de Janeiro - São Paulo - Campinas - Campo Grande - Porto Alegre - Florianópolis - Recife - Distrito Federal


Se sua cidade não está participando da Marcha, reivindique a inclusão dela aqui.



Somos mulheres que trabalham e compram sua própria cerveja! Não somos serviçais dos homens, nem recompensa: somos consumidoras! Somos mulheres que compram os próprios carros, não somos apenas as passageiras que falam de novela e não sabem dirigir.

Somos mulheres que trabalham em dupla jornada, que não passam a vida apenas pensando em sapatos e cosméticos. Somos mulheres que dirigem empresas, são chefes de família, sustentam filhos sozinhas e ainda lutam por seus direitos.

Somos mulheres que sentem prazer sexual, e não desempenham apenas o papel de instrumento do prazer sexual dos homens. Somos mulheres que lutam. E se a mídia não quer nos retratar dessa forma, nós mesm@s iremos mostrar a que viemos!




Por Maria Beatriz
(@imbiacentrismo)
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