A próxima pergunta é, "Tem como evitar que aconteça novamente?" [3]
No final da postagem eu dou a minha opinião sobre isso.
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Desde quinta-feira tem se falado muito sobre o assunto, e com as mais diversas abordagens. Uma das postagens mais sensatas é esta: http://ddimensoes.wordpress.com/2011/04/09/a-religiao-e-culpada/
"Sempre após uma grande tragédia as pessoas buscam desesperadamente achar culpados. Seja a queda de um prédio, um terremoto ou um atirador no Rio de Janeiro. Eu ia evitar o tema, mas evitar alguma coisa não a faz desaparecer. Nesse texto vou de certa forma defender a religião. Tentar culpar a crença num homem invisível pelo que aconteceu naquela escola é bobagem, e vou tentar expor os motivos pelos quais acho isso." ...(continua no link acima)
Outra excelentes opiniões encontrei na Zero Hora de hoje (sábado, 09/04), de Claudia Laitano e Milena Fisher.
(Não adianta postar os links porque a Zero Hora só permite visualizar o conteúdo se for assinante, mas vou transcrever alguns trechos.)
[Claudia Laitano] "Que reflexão tirar do ato extremo de uma pessoa desequilibrada? Falta de segurança nas escolas, excesso de armas em circulação, bullying, fanatismo religioso, sexo e culpa misturados... Foram muitas as abordagens da tragédia de Realengo nas últimas horas - algumas apressadas demais, outras irresponsáveis até, mas todas, de alguma forma, refletindo uma necessidade urgente de digerir em conjunto essa dor. Todas tentando entender algo que é, em essência, inabarcável por uma linha única de raciocínio. Porque ninguém entra em uma escola atirando em crianças por um, dois ou três motivos, mas por uma intrincada trama de desacertos em série.
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Mais do que o momento em que uma modalidade inédita de crime fez sua infeliz estréia no país, a última quinta-feira vai ser lembrada como o dia em que o Brasil chorou - não apenas as mortes das crianças no Realengo, mas a impossibilidade de proteger nossos filhos do imprevisível."
[Milena Fischer] "... O segundo sentimento que ficou evidente foi 'poderia ter sido na escola do meu filho'. Poderia ter sido em qualquer lugar do mundo essa tragédia de atmosfera norte-americana. O horror não se explica por por situação econômica, social, cultural ou geográfica. Ele pode estar dentro de nós, humanos que somos. Aquela parte sombria, adormecida, terrível e sórdid que, em algum momento, pode tomar a forma de um rapaz que assassina nossos filhos.
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Como explicar o horror?*****************************
O horror não se explica.
Não há lógica nele. Por mais que seja possível desvendar o perfil de um assassino de 12 crianças que estavam faceiras dentro do seu mundo, a escola, os pais não tem como proteger seus filhos do exato momento em que um ser (humano?) resolve de fato praticar o seu crime."
Também vi várias opiniões tentando atribuir à religiosidade dele a origem dos seus atos, e também vi um certo apresentador de TV dizendo o contrário, que neste caso "a religião não tem nada a ver".
De fato, eu acho que a religião não tem nada a ver, só gostaria que esse apresentador fosse coerente e não atribuísse à falta de religião os atos violentos de outros criminosos.
Neste particular gostei muito da opinião de Daniela Halley
http://aesufmg.blogspot.com/2011/04/deus-no-coracao.html :
"Nesse post só queria deixar algo para se refletir, especialmente aqueles que concordam com o Datena...o atirador que matou 12 crianças e feriu outras varias², tinha Deus no coração.Quero deixar claro que não estou afirmando que a religião era necessariamente o motivo nesse caso, acho até que a imprensa tem sido muito especulativa nesse caso, querendo chamar atenção comparando esse atirador com terroristas do 11/9 e coisas do tipo, o que é erronio ao meu ver, já que mesmo que ele tenha sido impulsiodano por certas crenças religiosas, essa não fica exatamente clara em sua carta...mas o fato do qual podemos ter certeza é de que esse homem acreditava em deus.E agora?************************.....
Religião e crenças no divino podem inspirar tanto o bem quanto mal, ninguém está dizendo que só inspira o mal. Mas não me venha dizer que quando alguém religioso faz algo bom é necessariamente sua religião que causa isso, mas que quando faz algo de ruim, aquela pessoa não é religiosa de verdade...ou que a religião em si não faz nada, que a pessoa é quem faz...porque se for assim, aceite também que sua religião nunca fez nada de bom, as pessoas fizeram. Não estou pedindo nada demais, somente coerência."
Voltando às três perguntas que coloquei no ínício, a minha opinião pessoal é:
[1] - É possível fazer muitas conjecturas e anílises, mas certeza absoluta nunca teremos do porque.
[2] - Não, não poderia ter sido evitado. O sujeito era ex-aluno da escola, nunca havia cometido nenhuma violência, pessoas de fora entravam frequentemente na escola para dar palestras, enfim, não havia porque desconfiar dele.
[3] - Não acredito que se possa prever e evitar uma ocorrência destas, porque as próprias circunstâncias são tão raras e únicas.
Não é muito animador, é verdade. O que nos resta é aceitar que certas coisas estão além do nosso controle. A vida é assim, infelizmente.
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Hoje (11 de abril) vi essa notícia:
Atirador de Realengo provavelmente sofria de transtorno de personalidade e não de doença mental
http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2011/04/07/atirador-de-realengo-provavelmente-sofria-de-transtorno-de-personalidade-nao-de-doenca-mental-924185505.aspPelo que pude entender, isso deixa mais claro ainda que simplesmente não haveria como prever ou evitar o que aconteceu. A pessoa busca uma justificativa, qualquer uma, para os seus atos.
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Concordo com todas as repostas... aquelas crianças estavam exatamente onde deveriam estar, os pais as deixaram no lugar certo para elas. Numa região em que muitos pais devem ter muito trabalho para manter seus filhos fora das ruas, justamente por não quererm um fim trágico para eles. Não tem mesmo lógica, e mesmo que se conseguisse monitorar todo mundo (Big Brother) ainda assim, absurdos aconteceriam...
ReplyDeleteEsses dias eu e um amigo vendo um tanque de guerra se movimentar observamos: Ali dentro é um dos lugares mais protegidos do mundo.
ReplyDeleteParece que é verdadeiro essa afirmativa, se em uma escola, onde acreditamos nossos filhos, netos e amigos estão protegidos dos perigos da rua, acontece uma barbaridade dessas, o mundo vira de cabeça para baixo mesmo.
Asa, concordo que a religião e a crença não são os desencadeadores do ato desse assassino. Mas não me restam dúvidas de que elas (a religião e sua crença distorcida em Deus) funcionaram como salvo conduto para seus atos, ao menos na cabeça dele. Não houve essa confiança esquizofrênica que ele demonstrou na carta, não sei se ele chegaria a tal ponto. Entende?
ReplyDeletea religiao falhou em levar esse menino pra um bom caminho. se ele tivesses diversas passagens biblicas no coraçao de paz, respeito e mansidão no coraçao nada disso poderia ter acontecido.
ReplyDeletenem a religiao nem a medicina foram suficentes pra ajustar esse pobre garoto.
sinal que a gente ainda tem muito o que aprender nessa vida.
força e paz a todos.
Âsa,
ReplyDeletefalou tudo em poucas palavras. No momento não podemos evitar, mesmo. Esse tipo de caso só poderemos evitar num futuro remoto, quando compreendermos melhor os transtornos psiquiátricos ao ponto de podermos tomar medidas preventivas.
Não é o estado das coisas hoje. A Psiquiatria é muito jovem para isso.
Abraço
Eli
Nesses momentos de tragédias é que da pra se perceber como certos jornalistas surgem de tudo o que é buraco como baratas que são, pra explorar a desgraça alheia fazendo perguntas idiotas a crianças... perguntas do tipo: "o que você sentiu quando pensou que ia morrer" , ou "o que passou pela cabeça quando achou que seu filho estava la dentro " ,ou a mais sem noção de todas...uma criança com um tiro na mão e o reporter fez a seguinte pergunta: " onde foi baleado?? ta doendo????mostra aí....
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Pessoas sem noção explorando cada vítima, cada comentário , cada embrança ruim que essa criança teve la dentro da escola...
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ou atrapalhando o trabalho da policia e do resgate atravancando o caminho pra ter uma imagem melhor do que a da emissora rival e etc...
O motivo desse crime parece ter sido mesmo a loucura, algum tipo de esquizofrenia em alto grau não tratada; não fosse esse pressuposto, é bem provável que o suposto fanatismo religioso, o vício em jogos violentos e até mesmo o bulling sofrido na adolescência não demandariam tal conseqüência (seriam talvez fruto da própria loucura).
ReplyDeleteAí está, ao meu ver, a maior falha estatal: não dispor de uma política adequada para tratamento psiquiátrico.
Acho justo que esse episódio reacenda a discussão sobre o desarmamento do país.
Do meu ponto de vista, votei e votarei sempre a favor da proibição total de venda de armas e munições, assim como da majoração radical da pena por porte ilegal de arma no Brasil e sua má vigilância.
Civil armado só faz bobagem: atira em mulher por ciúme, no vizinho por futilidades, e, pior, falha em seu dever de vigilância, viabilizando seu furto.
Uma das armas de Wellington fora furtada há 18 anos, circulou esse tempo todo e no fim serviu pra que?
Civil armado é egoísta e covarde: privilegia sua “autodefesa” em detrimento de milhares de brasileiros vítimas de armas furtadas.
Dos civis que conheço que têm arma, todos são bundões profissionais. E muitos "profissionais da segurança" também.
As armas que são hoje “ilegais” um dia foram “legais”, produzidas, distribuídas e/ou registradas no Brasil; assim como o “cidadão de bem” deixa de ser “de bem” na maioria das vezes em que usa a arma ou falha em seu dever de vigilância sobre ela. Claro que não estou falando de fuzis e metralhadoras e sim de revolveres, pistolas e espingardas, produzidas, vendidas e/ou registradas aqui. Crime organizado, desses que contrabandam armas, é outra coisa e nem polícia comum consegue combatê-lo.
E como não quero ter arma, não quero que ninguém mais tenha. Tolo é o caju!