Feminismo não é femismo – entenda a diferença e assuma-se como feminista
[texto parcial, para ler na íntegra siga o link no final do texto]
por Paula Berlowitz
Tu, aí, mulher, que diz “Eu não sou feminista, mas…”. Pára! Pode parar por aí!
Feminismo NÃO É o contrário de machismo! Pensavas que sim?! Te enganaste! O oposto do machismo é o FEMISMO! Queres entender melhor?! Então pega um café, senta aí, e lê até o fim! Prometo que não vai doer!
Vou começar devagarinho e depois pego o embalo! Quem me acompanhar na viajem até o fim, sai ganhando!
Resuminho:
- Machismo: homem achar que é superior a mulher.
- Femismo: mulher achar que é superior ao homem.
- Feminismo: movimento social constante, pela igualdade de direitos entre homens e mulheres. Também existem muitos homens feministas!
- Masculinismo: movimento social vindouro, que já dá seus prenúncios, no qual homens reivindicarão a igualdade em direitos que eles “ainda não tem” (este é divagação minha – me aprofundo a seguir…).
O FEMINISMO, por outro lado, é uma luta social constante, na qual nós, mulheres, reivindicamos nossa igualdade de direitos (o que também NÃO É A MESMA COISA que direitos iguais, afinal não haveria melhora significativa em nossas vidas o fato de poder fazer xixi em pé, nem eles poderiam reivindicar intervalos no trabalho para amamentar o filho… Fatores biológicos são fatores biológicos. Eles não terão menopausa e nós não ficaremos broxas.. hehehe Cada um com seus problemas). A igualdade de direitos da qual falamos (e tua mãe e tua avó e talvez tua bisavó já falavam, também) é poder estudar, escolher a própria profissão, ir trabalhar e receber o mesmo salário que um homem, com a mesma qualificação e número de horas trabalhadas, recebe. É poder votar. É escolher se e com quem se relacionar. É escolher se e quando será mãe. É tomar anticoncepcional. É poder carregar camisinha na bolsa sem isso ser “pecado” ou motivo de vergonha. É poder namorar com um cara ou mulher, se assim preferir e, se não for bom, partir pra outra sem receber um rótulo de “VADIA” (que é a palavra do momento! ;D). É dirigir – seu carro e sua vida. É andar na rua sem precisar de “escolta masculina”, sem ouvir “galanteios” chulos, sem levar “passada de mão”. É pagar as próprias contas, ou dividí-las, se esta for a decisão conjunta. É não ser vítima de agressão doméstica nem de violência sexual. Enfim: diversas coisas que, umas mais, outra menos, tu achas MUUUUITO NATURAL, certo?!
ERRADO! Tudo isso são adventos FEMINISTAS! Há mais de um século mulheres estão em constante e incansável batalha para que a sociedade “absorva” esses “novos moldes”! Muitas se masculinizaram, queimaram sutiãs, sofreram, apanharam, foram torturadas e, inclusive, MORRERAM para que hoje tu possas pegar teu carro e ir ao Shopping, com teu salário, comprar tua minissaia da Donna Karan e tua bolsa Channel – inclusive elas passaram por poucas e boas para atingirem seu sucesso! Então, toda mulher que usufrui e concorda com estes direitos É FEMINISTA! Embora, talvez, ainda não admita..
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Feminismo NÃO é o oposto de machismo! Eu também já pensei assim! Mas me explicaram a diferença e hoje eu digo com orgulho: EU SOU FEMINISTA!
E tu? Também és, né?! Então assume e diz pra todo mundo!
(Agradeço às Blogueiras Feministas, que me apresentaram o termo FEMISMO, há cerca de 2 anos, quando entrei no twitter, e desmistificaram o FEMINISMO pra mim!)
OBS:
Leia o texto completo aqui.
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Curti, mas fiquei cego. Fundo vermelho forte não é nada aconchegante pra leitura... =)
ReplyDeleteUse o cursor para marcar o texto que o fundo fica branco. :)
DeleteEntão, infelizmente o movimento chamado "masculinismo" já existe.
ReplyDeleteDigo "infelizmente" porque o movimento não é legal. Ele se baseia na ideia maluca de que as mulheres é que sempre tiveram privilégios na sociedade. A Lola (do Escreva Lola Escreva) vive tendo problemas com eles e já fez alguns posts escrevendo sobre. Masculinistas são misóginos e parece que não batem bem da cabeça e seguem os ensinamentos de um tal Nessahan Alita.
Existem, de fato, alguns motivos para algumas reivindicações masculinistas. Cito, facilmente, uns seis ou sete:
ReplyDelete1 - Igualdade de prioridade na definição da guarda do filho (que em quase todos os casos fica com a mãe, mesmo que ela tenha tomado a iniciativa de romper a união da forma mais traumática e calhorda possível),
2 - Requisição de pensão alimentícia quando a mulher tem um alto padrão de vida e o homem divorciado fica em maus lençóis
3 - Desobrigação da pensão alimentícia quando a mulher fica com um padrão de vida mais alto que o do homem após o divórcio
4 - Licença paternidade igual à licença maternidade nos casos de adoção (nos casos de filho natural OBVIAMENTE seria absurdo reivindicar isso porque o homem não passa pelo sofrimento físico da gravidez e do parto)
5 - Proteção contra o assédio sexual feminino (que é muito menos comum, mas nem por isso deixa de existir)
6 - Proteção legal caso seja vítima de agressão por parte de uma mulher (há homens que, compreensivamente, não querem agredir uma mulher, mesmo tendo motivos, mas acabam apanhando por seu cavalheirismo e ficam sem meios legais de sequer denunciar a agressora).
Alguns desses direitos já existem, outros são incipientes, outros são apenas ideias. Mas ninguém pode afirmar que são absurdos ou injustos.
O que se pode, sim, afirmar, é que eles são menos PREMENTES do que a contrapartida feminista. As mulheres ainda estão com um grande déficit de direitos e então fica até feio priorizar muito a cobrança desses que os homens não têm, ou mal têm. Mas isso não quer dizer que esses direitos não devam ser considerados.
O problema é que isso não é motivo para um "movimento masculinista" específico, tanto quanto não há necessidade de uma parada do orgulho hétero. Pode-se perfeitamente suprir isso através dos movimentos e mecanismos normais da sociedade democrática -- até com mais facilidade do que os movimentos feministas conseguem suas conquistas. Por isso, embora eu concorde com todos esses seis pontos, não faço bandeira deles: tem coisa mais importante no mundo para esquentar minha cabeça.